domingo, 30 de janeiro de 2011

Faraya

Vou escrever o que sempre escuto por aqui: O Líbano é o único país que você pode esquiar nas montanhas e ir à praia no mesmo dia!

Sim, isso é possível. O Líbano é um país pequeno, então tudo fica relativamente próximo. Para chegar nas montanhas leva aproximadamente 1 hora saindo de Beirute (capital). Você pode ir pela manhã para as montanhas e ir para a praia tranquilamente de tarde. (Levava mais tempo em São Paulo para ir pro trabalho, rss).

A natureza aqui é encantadora. As casas que ficam nas montanhas são todas do mesmo padrão: com blocos de pedras, são lindas.

  

    Casas nas montanhas

Visitamos as montanhas em duas épocas: no outono, com um belo pic nic ao ar livre, em um lugar tranquilo e com vista encantadora.





A segunda visita foi no inverno. Eu sempre quis ver neve e não podia dispensar essa oportunidade. Sem contar que tem diversas estações de Ski.

Não tenho nenhuma foto da parte de Ski, mas tenho algumas da montanha com neve.


    Eu e Jana - Amiga Brasileira 

    Thiago                                                                    


    Jana, eu e nosso novo amigo Gonzo!                         Delicioso Fundi de frutas com chocolate!


Uma dica importante é prestar muita atenção no caminho para as montanhas, a pista é bem perigosa e eles gostam de dirigir que nem doidos! Então muita atenção na estrada.

Nas férias de inverno, principalmente Natal e Ano Novo, muitas pessoas vão para chalés na montanha para tomar vinho e curtir esse friozinho gostoso! Se você gosta de inverno esse passeio é uma ótima opção.

Espero que gostem.







Comunicação no Líbano


O mais importante pra entender  língua Árabe no início é ser bom de adivinhação ou em mímica. Isso ajuda muito!

Você precisa de mais de três meses pra começar a entender umas palavras em árabe. É bem difícil, principalmente por causa da pronúncia complicada. Quando eles conversam entre si, sempre acho que estão brigando pelo tom agressivo e as palavras escarradas mas geralmente nunca estão, é apenas costume. A maneira de pronunciar de início assusta um pouco, mas com o tempo você acostuma.

Mais difícil que entender é falar. Ok, você com o tempo acaba pegando umas palavras bem básicas de tanto escutar. Quando eu pensei que sabia algumas coisas e fui falar com um Libanês e ele deu risada porque não consigo alcançar o tom escarrado de jeito algum, mas sempre tento falar o que aprendo. Pra gente de fora é realmente muito difícil. Pra mim, entender é mais fácil do que tentar falar (acho que pra grande maioria).

Você deve estar se perguntando: ué, mas a maioria não fala inglês? 
Inglês na verdade é a terceira língua utilizada aqui (Árabe primeira e Francês é a segunda, como já foi dito em posts anteriores). É claro que em pontos turísticos, restaurantes e lugares mais visitados você não tem dificuldade. Porém em padarias, mercados e afins complica um pouco. Nesses lugares gerente e pessoas que trabalham no caixa falam inglês, ou pelo menos deveriam. O engraçado é que em todos os lugares as pessoas falam comigo em árabe com certeza que entendo tudo, mesmo depois de explicar que não falo!

Um exemplo é uma moça da padaria que sempre me atende. Eu faço o pedido em inglês e ela me responde em árabe. Eu explico que não entendo e ela mesmo assim continua falando como se eu entendesse, e o pior, eu sei que ela fala Inglês. Geralmente nesses casos (que sempre acontecem comigo) eu respondo por adivinhação. Está funcionando por enquanto. 

Tento utilizar algumas palavras que aprendi mas nem sempre é suficiente. Por isso a mímica tem me ajudado bastante.

O mais legal é que quando eu consigo falar certo, eles ficam todos felizes, com orgulho que estamos tentando aprender a língua deles. Tem sido uma experiência diferente confesso, mas é única e vai ficar guardada.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Virada de Ano no Líbano

Eu e o Thi passamos vergonha perto da virada de ano. Como nós moramos no último andar do prédio e temos vista pro Líbano todo, pensamos que seria legal convidar os amigos e assistir a queima de fogos de casa, já que não tínhamos nada planejado.

E foi assim: no primeiro convite a pessoa ficou rindo da gente e nos perguntou: - Que fogos?
Eu: - Não tem fogos na virada?
Reponderam: - Claro que não! 
Eu: - Mas aqui eles soltam fogos pra tudo e não tem fogos na virada? 
Reponderam: - Não, todos querem ir pra festa, ninguém fica pra soltar fogos.
Eu: - Ok... deixa pra lá!

Aqui ninguém passa a virada dentro de casa, a maioria procura por baladas, restaurantes e Pubs. Esses lugares cobram mais caro na virada, mas geralmente tem bebida à vontade e um bom jantar. 

O mais curioso foi perceber nossas manias de Brasileiro; fui nas lojas à procura de roupa branca ou alguma peça amarela. (Nunca passo a virada de ano sem pelo menos uma fitinha amarela, pra chamar dinheiro e algo Branco que todos sabem que representa Paz) Quem disse que encontrei? Nadinha... Lojas normais, com roupas escuras, talvez porque estamos no inverno. Sei lá.

Passamos a virada no Hard Rock Cafe com nossos amigos. Tinha gente de tudo quanto é lugar, foi muito bom. Tinha Australiana, Russa, Libanês, Brasileiro, Indiano e mais alguns que não me lembro. Ninguém aqui tem essa mania de cores, estavam todos muito bem vestidos, a maioria de preto. Eles não tem essa tradição, pra eles o importante é estar bem vestido.

Comemos e bebemos à vontade, teve um show de uma Australiana maravilhoso. Perto da meia noite distribuíram máscaras, enfeites e apitos (nosso famoso Kit 25 de Março) e fizemos uma baita bagunça na virada e um brinde com champagne (que não podia faltar). 

Foi muito diferente de todas as viradas de ano e foi fantástico. É sempre bom passar com a família e ver os fogos, mas é bom mudar, mudar a rotina e os costumes. 

    Show =]

    Quem disse que passei a virada sem algo amarelo? hauhauaha

    Virada de ano no Hard Rock Cafe


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vestimenta no Líbano

Todos os dias alguém me pergunta se eu uso burca ou perguntam como as pessoas se vestem . Outros fazem piadinhas dizendo que tenho que usar lenço e cobrir tudo e blá blá blá.

Vamos esclarecer as coisas. Não, aqui ninguém usa burca. As vezes andando em alguns shoppings você encontra mulheres com burca mas não são daqui, provavelmente vem da Arábia Saudita ou algum lugar mais extremo. 

Algumas muçulmanas usam lenço na cabeça e uma roupa mais comprida. Mesmo assim as roupas são bem normais (algumas nem lenço utilizam). Não sei bem ao certo a regra, mas me disseram que algumas mulheres fazem voto de "pureza" e optam por usar o lenço tampando o cabelo, o que significa que ela não toca em homens. Algumas viúvas e meninas virgens fazem isso para mostrar pra sociedade que são puras.

Sim, isso existe. Aqui eles se preocupam muito com a imagem. 

As mulheres em geral são muito vaidosas. Sempre saem de casa com bastante maquiagem e só vestem roupa de marca. Em comparação com os preços do Brasil, aqui é bem mais barato, mesmo assim, não é todo dia que a gente vai comprar uma calça da Armani (Eu particularmente não tenho coragem de gastar tanto dinheiro num pedaço de jeans).

Nas minhas aulas de inglês eu notava que algumas meninas nunca repetiam roupas. Elas vão pra escola, mercado ou shopping com roupa de balada. É normal agora que está inverno ver garotas na universidade de vestido justo, meia calça e bota de salto alto. 

Os homens são todos padronizados também. Usam bastante camisa pólo com jeans e sapatênis ou um sapato mais social. Nada de calças largonas caindo e mostrando a cueca, que vamos falar a verdade, é muito desagradável! No verão quase não via homem de bermudão. Se usam bermuda é jeans ou algo mais bonito. Nada daquelas bermudas coloridas de surfista. 

Enfim... Aqui é livre, você se veste como achar melhor. Agora se você sair todo largado na rua e de chinelo o máximo que vai acontecer é que todos na rua vão parar e te olhar como se você fosse um monstro. 

Eu fiz isso, e não foi legal!




segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Feliz 2011!

Pensei em várias coisas pra escrever aqui, e então encontrei esse texto do  Carlos Drummond de Andrade  que resume todos os meus pensamentos positivos para um ano melhor pra todos nós!
Vale a pena ler:



"O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história".


O grande lance é viver cada momento como se a receita de felicidade fosse o AQUI e o AGORA.
Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais..., mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho?
Quero viver bem! Este ano que passou foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal. As vezes a gente espera demais das pessoas. Normal. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou. Normal.
O ano que vai entrar vai ser diferente. Muda o ano, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?
O que desejo para todos é sabedoria! E que todos saibamos transformar tudo em boa experiência! Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim... Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passe-o para a categoria 3. Ou mude-o de classe, transforme-o em colega. Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.
O nosso desejo não se realizou? Beleza, não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de um lance que eu adoro): CUIDADO COM SEUS DESEJOS, ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE.
Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam bem diferentes.
Desejo para todo mundo esse olhar especial.
O ano que vai entrar pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro. O ano que vai entrar pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular... ou... Pode ser puro orgulho! Depende de mim, de você! Pode ser. E que seja!!!
Feliz olhar novo!!! Que o ano que se inicia seja do tamanho que você fizer.
Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"

Autor: Carlos Drummond de Andrade





Skype, viver sem fronteiras...

O Titulo é inútil eu sei, mas se não fosse o Skype... rss.

Voltando pra casa no dia de Natal, meio desanimada, me bateu tanta saudade da minha Família, saudade do Brasil, saudade dos meus amigos, saudade de tudo! E as vezes saudade dói, e não sei mais como explicar, simplesmente são coisas que não tem controle, simplesmente acontecem.

Cheguei e liguei o Skype, graças ao fuso Horário consegui ligar pra minha mãe, ainda eram 10 da noite lá e aqui umas 2 da manhã. Minha família inteira foi chegando, todos no computador me contando as novidades e me mostrando os presentes do amigo secreto. Pra mim, parecia que estava lá em casa com todo mundo. Fiquei mais de uma hora conversando com eles e isso é impagável!

Meus avós, tios, primos, irmã, cunhado, pais...enfim, consegui participar do Natal deles e isso fez uma grande diferença! 

Obrigada Skype por isso. =]

Graças a Deus não estamos mais na era do telegrama! 


Tradição francesa: Bûche de Noel

Segue o verdadeiro significado do bolo em formato de tronco:

No solstício, festa que marcava o ponto alto do inverno francês, fazia-se fogueiras para homenagear o "Deus Thor". Quando o Papa Júlio I determinou o dia 25 de Dezembro como o dia do nascimento de Cristo "Natal", a tradição francesa da fogueira foi substituída pela queima de um belo tronco de uma árvore chamada "bois Blanc", que tinha uma tora perfumada com óleo, sal e vinho cozido. Abençoada por rezas, era ela que aquecia a noite de Natal.

Com o desaparecimento das grandes lareiras, que foram substituídas por um tipo de fogão de ferro fundido, passou-se a usar o tronco apenas como decoração da mesa da ceia natalina, só que agora acompanhado de velas. Acreditava-se que a fumaça exalada do tronco assim como suas cinzas traziam saúde, por suas características medicinais.

No século XIX, um chef de confeitaria francês resolveu criar uma produção culinária em forma de tronco e decorada com motivos natalinos, que se tornou tradição rapidamente e hoje é muito apreciada na época do nascimento de Cristo. O referido Bûche (tronco) de Noel é feito com pão de ló, tem recheios variados, sendo incluído o chocolate entre outros.



   Fotos dos Bûches que tinham na festa de Natal aqui no Líbano:

    Bûche de Noel de confeitaria

    Bûche de Noel caseiro.

Natal

Esse Natal foi muito diferente em vários aspectos. Não é a mesma coisa passar longe da família e longe dos seus costumes. Acho que é a época que deixa a gente mais sensível por estar distante. Pelo menos foi o que eu senti. Mas considero isso tudo normal, primeiro ano deve ser assim mesmo. 

Por sorte nossa amiga Brasileira nos acolheu e passamos o Natal com a família do marido dela, todos libaneses. Foi bem divertido. Achei que seria muito diferente, mas me enganei. 

Eles reunem toda a família, tanto o lado materno quanto o paterno. Eu bem sei que com algumas familias no Brasil isso nunca funcionaria sem brigas, e aqui estavam todos em harmonia.

Quando deu umas 10 horas, 5 pessoas se vestiram de papai noel, fizeram a maior bagunça no prédio com sinos e cantando musicas de Natal, depois distribuíram os presentes que estavam de baixo da árvore e enfim a comida. Um monte de pratos típicos libaneses, que estava muito bom! De sobremesa haviam dois doces: um que representava nascimento de Cristo (eles fazem esse doce toda vez que nasce um homem na família) e o outro é também uma tradição, porém, Francesa e que ninguém soube me explicar o verdadeiro sentido. É mais ou menos um bolo, em formato de madeira com decoração natalina.  Depois de comer, alguns vão para a igreja, outros vão encontrar amigos e o resto volta pra casa. 






Aqui eles são muito animados, o Natal foi bem divertido. Ficamos muito felizes por participar.

Porém foi um Natal diferente, não pareceu um Natal, não sei explicar, não teve aquela expectativa. Li isso no blog de um amigo e concordo. Foi diferente, as vezes fico pensando... e nem pareceu que foi Natal. 

Talvez porque no Brasil, em Outubro tudo já está iluminado e lindamente enfeitado, em Novembro na avenida Paulista já está um caus para ver os enfeites nos Bancos, que sempre são perfeitos e te mostra toda aquela magia do Natal. Porque estou dizendo isso? Talvez porque fui para a Espanha no começo de Dezembro e ainda não tinha nada enfeitado. Depois do início de Dezembro que começaram a colocar umas luzes nas ruas e umas árvores. Talvez seja tudo isso, toda essa mudança, sei lá! Talvez colocando enfeites antes teria aquela expectativa maior, ou talvez mesmo com tudo exagerado como no Brasil, ainda faltasse um algo mais.

Quem sabe...